domingo, outubro 01, 2006

voa comigo sem medo

andorinha que voas pelo meu céu,
ave que nadas pelo meu mar de saudade,
linda melodia que tocas nos meu ouvidos,
abre teu peito... e deixa-me entrar,
abre teu leito... e deixa-me amar-te...

rapina que voaste até mim,
pomba dos sete mares,
sobre ti caiem as nuvens...
sobre ti ajoelha-se o mundo,
sobre nós caem as linhas do inimigo,
as palavras falsas dos amigos,
a vontade de nos separar dos barões,
a tentativa de assassinato do nosso amor...

que ignorância cresce neste mundo...
nada nos vai separar...
nada nos vai afastar do nosso voo,
no voo entre as nuvens,
entre o tempo... nesta vida...
o voo que os abutres seguem para nos comer,
mas contra eles vamos lutar...
sem medo, sem demora...
para todo o sempre, juntos... e descansados...
vivermos no nosso ninho...
de penas de mil cores,
conforto de cem estrelas,
lá no fundo o mar... um desejo... uma vontade... mil estrelas...
lá no fundo o céu... uma tentação... um amor... mil barcos...
e tão perto nós os dois... sentados sobre a areia a ouvirmos as ondas...

sei que pouco sei,
mas sei que te amo,
que te desejo... e que preciso de ti,
sei que o tempo é como o mar...
o tempo leva a vida,
como o mar leva a areia...
mas sobre o mar voaremos,
sobre o mundo amar-nos,
contigo aventurar-me na felicidade,
por ti matar abutres, corvos e morcegos,

minha andorinha...
meu anjo...
minha pomba...
minha flor de jardim que me descobriste...
minha pérola de cristal...
que palavras usar para descrever
a tamanha beleza que me fascina,
e que sede sinto a cada segundo que passa...
a sede dos teus beijos, dos teus lábios...
a sede do teu carinho, da tua amizade...
a sede do teu amor, de ti...

o vento quer afastar os nossos rumos,
os deuses do Olimpo gritam para nos amedrontar...
em vão!

pétala de seda...
tão sensível, tão doce, tão inocente...
pena de água...
tão meiga, tão amiga, tão querida...
eu e tu... nós,
rumamos contra a maré,
voamos contra o vento,
contra tudo contra todos... sem medo,
sem ódio, sem vingança...
apenas com o amor...
a vontade de vencermos
e a honra dos amantes...

anjo da minha alma...
dá-me a mão... e vem comigo...
desenhei o paraíso para ti,
um poema de amor para nós,
uma canção para o mundo
e um beijo para a eternidade...

minha borboleta de ínfimas cores,
tão linda...
as tuas asas feitas da brisa do mar...
os teus olhos espelhados nas estrelas...
deixa-me olhar para ti...
enquanto cantas tal como as sereias...
deixa-me dizer que te amo através dos olhos...

Bruno Ribeiro
Porto de Mós, Abril de 2004

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