sexta-feira, outubro 06, 2006

estranhos sons

sons estranhos,
estes que indagam o meu ser...

sons do silêncio doloroso,
das lágrimas que teimam em cair.
sons do bater de asas distantes,
de âncoras a levantar,
velas a içar e barcos a partir...

sons estranhos,
de estrelas a apagarem-se,
flores a morrerem...
ilusões... desejos perdidos...
sentimentos espinhosos!

que sons estranhos...
brotam da minha guitarra sem cordas,
da pena de corvo a escrever com nanquim
num negro papiro envelhecido...

sons estranhos,
estes que indagam o meu ser...

sons de palavras que não podem ser ditas,
o silêncio das que já foram ouvidas!
a morte silenciosa da solidão...
que som estranho!

Bruno Ribeiro
Lx. 6.Out.06

1 comentário:

Anónimo disse...

Estranhos sons, palavras que guardamos sem podermos dizer a quem mais queremos. E não nos importava que tivessemos de fazê-lo debaixo de uma tempestade com relâmpagos e trovões e as gotas de chuva a confundirem-se com as lágrimas; o mais importante seria sempre desenraizar esses estranhos sons... e contruir a música certa para fazer bater no mesmo ritmo que tinhamos quando tudo tinha mais sentido.Paulo