terça-feira, setembro 30, 2008

timidez de um olhar

photo: unknown

o vento chama pelo teu nome
eco da minha voz
e o sol espelha o teu brilho
chama da minha paixão!

nesta dança longínqua
em que te estendes
por caminhos que desconheço
espero, uma vez mais, olhar-te
e beijar-te,
vendaval do meu desejo
enquanto te rendes
à vontade do meu ser!

escrevo,
sobre pedestais vacilantes
ondas do meu ser
que varrem o meu viver
sons que o meu coração
desperta e se estende à mão
de quem te chama, hesitante
entre o tímido olhar de um beijo.

Bruno Ribeiro
PMS. 28.Junho.008

sábado, setembro 27, 2008

choro

photo: Ensaio I - O Principio da alienação_fernando figueiredo


choro,
no silêncio das palavras
no silêncio dos lençóis,
quando o mundo adormece…
e eu me mantenho no pedestal das insónias

varro o ar,
cansado de sentir o que sinto.
de olhar para o que vejo…
deixa que te diga. estou cansado
de te sentir neste vazio do coração
que me afoga de tão cheio

ouço o mundo dizer
ouço a cidade falar…
quando só queria ouvir a tua voz…
oceano que me faz navegar
num mar de emoções
que agora são trambolhões
que teimo não querendo…
a cair uma e outra vez.
porque o não relembrar-te, é tão difícil
como o deixar de sentir o que sinto.
como o vento que me acaricia
numa tempestade que não me afecta
porque estou perdido nos pensamentos
que me avassalam. tentando não pensar…

e caiem-me lágrimas quando menos espero
e tu… pano de fundo!

Bruno Ribeiro

Pms, algures entre um sorriso e uma lágrima caída

quinta-feira, setembro 18, 2008

incompreendido

photo: ..._maria josé amorim

tremo
nos suores da noite
vagas de sombras que me inquietam
suspiros vagabundos
de uma melódica solidão!
podias ser a minha compreensão
mas é a extensão do meu sentir
que faz estremecer
entre os frágeis lençóis
que aguardam o teu toque…
nevoeiro,
nuvens nocturnas que vagueiam
na minha mente…
podias ser aquela mão que anseia
música de uma paixão (in) consciente
que naufragou no meu ser.
suspiros nocturnos e vagabundos
que me traçam
num esboço condescendente
na rasa memória…
podias… podias ser…
o que foste ou poderias ser uma dia!
por isso caminho descalço
sobre os salpicos de terra molhada
que faço riscar no meu percurso…
podias ser…
a circunstância do meu ser feliz!

Bruno Ribeiro
Lx. 18.Maio.008

terça-feira, setembro 16, 2008

uma trova

photo: preto e branco_unknown

acordo com o sol a bater no rosto
e o abrir das folhas para um novo dia
ouço o chilrear dos pássaros
e a dança das ondas do mar!

percorro o dia, ouvindo o vento
o passear das nuvens,
o sol cansado deita-se
amanhecer lunar…
em que o céu se pinta
de coloridas e mágicas túnicas.

mais um dia
que sucede outro dia
ao qual outros dias virão
e em qualquer destes momentos
estás presente…
te posso olhar…
te posso escutar…
te posso falar…
te posso tocar…
te posso beijar…

Bruno Ribeiro
PMS. 19.Abril.008

segunda-feira, setembro 08, 2008

naquele dia

photo: message in a bottle_wislawa szymborska


naquele dia escorregadio,
que atravessa o ciclo do próprio tempo
perdido que está
nos versos do esquecimento.
sim,
nesse dia esquecido…
fatídico, em que o violino se calou
sem os traços amplos to teu sorriso.
lancei à água um frágil mensageiro
com velas de cortiça e casco de vidro.

Bruno Ribeiro
PMS – LX 23.Maio.008

quinta-feira, setembro 04, 2008

tatuo no tempo

photo: o descanso e o sonho ...do poeta_fernando figueiredo

tatuo o tempo com o teu nome
e vasculho nas memórias
fragrâncias do teu rosto
que me fazem sorrir
e chorar no segredo nocturno

rabisco e marco na pedra
versos do nosso sentir
aqueles beijos que guardo nos lábios
e me fazem sentir vivo
e morto no crepúsculo do segredo

gravo na face da lua
o teu sorriso que me vassala
na qualquer circunstância de um viver
em que olho para o distante
e te procuro nas sombras do crepúsculo

vasculho entre os gestos distantes
acordes do teu olhar que me chama
entre as vagas das nuvens
que pintam na minha alma sorridente
e tristonha, sombras da noite

Bruno Ribeiro
PMS. 29.Junho.008