quarta-feira, outubro 25, 2006

torneira de lágrimas


ping, ping, ping

gotas de água que caem de uma torneira qualquer

ping, ping, ping

torneira avariada de um qualquer jardim,
desperdício de água nos tempos que correm…
ou inevitável para aliviar qualquer pressão.

ping, ping, ping

procuro apagar a fonte deste constante som,
que me faz ter os pés molhados
numa poça de água qualquer que ali existe…

ping, ping, ping

e num qualquer espelho me vejo,
embaciado por palavras soltas
que no silêncio permanecem.
vejo de onde vêm essas gotas de água salgada,
lágrimas de uma qualquer sombra,
sombria e franzina – desespero!

a seu lado diluem-se cinzas,
pegadas de tempos idos e alegres,
tempos em que tudo fazia sentido…

dessas poças dois rios que se separam
para dois infinitos mares distantes.
será que em qualquer lugar se podem encontrar?
e deste “ping, ping, ping” soltou-se uma cascata…
pedras soltas de uma solidão intensa,
que caem a meus pés,
vindas sei lá donde…

pedras, lama, carvão e sangue…
esboçam os meus passos, destes dias,
em que transpiro tristeza, derramo lágrimas da cor de petróleo,
mancha negra que se espalha nos oceanos.

labirinto,

escondo em baixo de cada pedra da calçada uma lágrima,
miligramas de dor que tento esconder pela cidade…
escondo em cada rosa outra lágrimas,
miligramas de angústia que tento apagar…
guardo em cada estrela um desabafo,
miligramas de esperanças perdidas…
guardo em cada grão de areia outro desabafo,
miligramas dos sonhos esvanecidos…

ping, ping, ping…

lágrimas que dos meus olhos caem…

Bruno Ribeiro
Lx. 25.Out.06

3 comentários:

Anónimo disse...

so keria fazer uma critica construtiva amigo poe umas fotos os teus textos sao altamente e decerto ficam mais belos beijocas e gosto do teu espaço

Unknown disse...

tá a caminho, tou numa de editar o blog para depois atirar fotos como tu tanto me falas... mi aguarda vai. jinhos

Anónimo disse...

Tanvas vezes Ping Ping que o mundo tem, somos apenas simples gotas no choro global. abraço. Paulo