domingo, outubro 01, 2006

julgamento

Sonho alto, pelas estribeiras de um sono profundo,
O sono que se desperta quando a cotovia acorda
Nas trevas abertas deste mundo negro
O sono da vida que viaja para a morte,
O sono do amor que nos leva ao suicídio,
O amor que nos mata sem saber.

Sonho alto...
Sonho o que amo e dói
Sonho da música de um disco riscado,
O risco que marcou a vida, aquela que nos mata...

Sonho um Paraíso, perdido nas brumas da memória,
Tão distante que me perco, no próprio sonho...
E como é doloroso este sonho...
Como é possível não ser pesadelo?
Se calhar porque o pesadelo sou eu...
Mas como mudar, sem a ajuda de um amigo?

Sonho... mas, o que será este sonho?

Quero saltar do mais alto dos picos,
Afundar-me no mais fundo dos mares,
Fugir para nunca mais me ver,
Perder-me para nunca mais me encontrar...

Mas o que quero mesmo é amar...
E por amar cometo um crime,
Por isso, sou culpado e levado ao juiz
Só gostava que o juiz fosse o diabo,
Pois só ele... seria justo,
Pois só ele... acabaria com esta dor.

Sonho,

Isto não é um sonho,
O que será?
A realidade, a morte ou o amor?
Só tu juiz saberás...

Bruno Ribeiro
1999

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