domingo, outubro 01, 2006

um desenho de sentimentos

Angustiado,
Triste e só...
Desenho neste papel o teu rosto,
A tua forma, o teu corpo...
Com o lápis,
Rabisco as ondas dos teus cabelos curtos,
O brilho do teu doce olhar,
A suavidade dos teus lábios.
Crio o teu retracto... neste papel...
Suavizo com o dedo as linhas do teu corpo,
Beijo-te com o carvão...
E assim nasce a tua eternidade,
Controlo o tempo e o destino
Deste humilde desenho, e só ele controlo.
Escondo a dor da tua ausência,
De me ignorares, me afastares...
Escondo a dor causada
Pelas palavras que dos teus lábios saíram,
As palavras por não me amares...
Escondo a dor de quando a música parou...
E continuo a desenhar riscos,
Mais negros que a escuridão,
Mais sombrios que o destino,
Mais severos que a vida,
Mais cruéis que o amor.
A sombra - o meu corpo,
Com lágrimas de carvão e sangue...
Sem esperança... sem sorrisos...
Sem o teu amor...
Assim (te) aguardo e assino...

Bruno Ribeiro
04/00

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