sábado, julho 05, 2008

rostos de pedra

photo: a vida é só a vida_heliz

este é o meu rosto…
desenhado com rugas de devaneio
olhares escondidos…
este é o meu olhar…
pintado em degradé de cinzas
rosto perdido…

desde o dia em que te vi partir!

este é o meu trilho
traçado por uma lágrima perdida
por onde os meus pés me carregam…
este é o meu viver…
e porque o deixa em sarilho
sem uma qualquer saída.

desde o dia em que me dei conta que partiste!

e porque não desembarco deste sentimento?
que não tem qualquer razão de ser
e porque sempre que dou um passo em frente
me fazes dar mil e um de retroceder

este é o meu rosto…
pálido e petrificado
sem qualquer aspiração a sorriso
cansado de ser lavado a sal

liberta-me destas amarras…

frio,
sinto frio…
o sol não me aquece
e, tenho frio…
guardo aquilo que deveria esquecer

e acredita que quero esquecer,
mas não consigo…
............................................ [tens nas tuas mãos parte de mim]

Bruno Ribeiro

Lx. 17.Out.007

12 comentários:

f@ disse...

“rosto…
rugas
olhares…
pintados
com lágrimas
partiste!

a sorriso
a sal
frio,
sol
esquecer”

… e aquecer
Usei as tuas palavras
belo poema e imagem
beijinhos das nuvens

Eu sei que vou te amar disse...

Bruno poema intenso, sentimentos que comandam a voz interior dando a conhecer a complexidade de rostos num abandono total!
Um beijo muito doce

ivone disse...

sofrido
nenhuma partida justifica tanta dor


esquece
esquece
e
esquece!



bj


.i

Dois Rios disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Dois Rios disse...

Blogger Dois Rios disse...

A palavra "partir" já se auto-define: quebra, separa, distancia, fragmenta,despedaça...
Beijos,

Som do Silêncio disse...

Hummm....

Reticências disse...

"e acredita que quero esquecer,
mas não consigo…
[tens nas tuas mãos parte de mim]"

Se calhar AINDA não é bem esquecer aquilo que queres.

Liberta-te... (seja o que fôr)


: )

Luís Galego disse...

olá, agradeço sensibilizado as tuas palavras no meu canto, mas permite-me que te diga que aqui encontrei uma certa beleza que me apraz registar...

~pi disse...

guardamos os sais:

tanto e tão

teimosamente

contra nós

envenenamos a

raíz?

ruth ministro disse...

Belíssimo, como sempre.

Beijo

Anónimo disse...

ola amigo, é de ficar mesmo com um rosto de pedra com tal poema... a maneira como terminas o poema faz-me lembrar o espelho da minha alma, que não consegue esquecer o que deveria porque é impossível."tens nas tuas mãos parte de mim". A vida é feita de caminhos sinuosos, alguns eixam marcas para sempre mesmo que um dia encontremos um trilho com uma luz ao fundo... um abraço.

Twlwyth disse...

Há uma parte de nós que parte para sempre nessa parte que ficou nas outras mãos.

Beijo doce Bruno