photo: there's a place where we belong_heliz
remo,
entre versos nostálgicos
sombras… fantasmas… pesadelos…
histórias de vagas de sal
entre passos desconcertantes
que desesperam entre gestos
esquecidos…
pelo tempo… templo de olhares,
melodias intemporais
resvalam entre as minhas veias
como lágrimas de sangue,
que pincelam neste quadro – meu ser
uma ilusória lanterna de salvaguarda…
desespero… desespero…
cravado nas pedras da parede com o meu sangue
rastejando entre o suor das palavras.
vagas. sentidas. doridas
criadas no âmago do meu viver
perdido que estou,
entre as linhas que me penteiam as mãos
pesam tanto os meus olhos…
destas lágrimas gélidas
que brotam em avalanchas…
sufocando-me…
engasgando-me… no silêncio da noite
entre murmúrios que desconheço
murmúrios meus…
acordes que me despedaçam…
flagelam o meu mais remoto sentir
e o som de mais uma entre tantas
lágrimas caídas a meus pés.
letras soltas neste temporal dos sentidos
que esvoaçam em desdém
de mim próprio!
photo: no final da tarde eu amo a tarde_heliz
desespero…
varre em mim a cólera destes versos
que me espelham numa mancha negra
rabiscos soltos de qualquer coisa
que desconheço
rabiscos de mim…
vagueio… porque não sei para onde ir…
tudo me parece cheio…
tudo me parece vazio…
perco-me nos ponteiros,
por detrás de uns óculos escuros
para que não me leiam…
deliro, entre movimentos soltos
danças de um estar onde não sei onde estou
desespero.. este meu andar
por entre os ponteiros que pautam
o afastar…
assim remo…
… remo entre versos nostálgicos
remo para onde não quero estar
fugindo de onde não quero ficar…
sem destino…
apenas remo…
folha de papel deixada para trás…
ai. que desatino este desespero!
bruno ribeiro
lx. 11.maio.008