quarta-feira, fevereiro 27, 2008

a partida (parte II)

photo: o significado dos sonhos I_Heliz


de velas içadas,
“sinto a voz do vento, o calor do céu!”
permaneço agarrado à âncora da esperança
neste barco frágil, barco de papel…
viajo sem saber para onde
vagueando nos mares que desconheço…
tento esquecer o que deveria ter esquecido
e que determinados momentos
faz doer o relembrar
de momentos que doem…

é no vazio do infinito mar
que tento esconder as minhas lágrimas
em palavras que inconscientemente escrevo…
ser meu… que sem coração
seria capaz de suportar… esta dor!
por incompreendida, velha dor!
porque não apaziguo o que me dói?

velas içadas neste céu nocturno
onde meia-luz incide sobre o mar adormecido…
único caminho que vejo
mas só o vento sabe para onde vou!
pego na minha velha guitarra sem cordas
e toco a melodia surda da solidão
que assola o meu ser!

não sei o que quero e já não sei quem sou…
[ou sempre soube?]
- corvo dos mares
com penas de nanquim!

e continuo a minha viagem
de uma partida já bem distante
e um chegada desconhecida…

Bruno Ribeiro
Agosto.007

2 comentários:

Azul disse...

Boa noite Dear Bruno!

Sabes uma coisa?!?!?!
Começo a achar que me lês a alma. E que escreves as palavras que eu não consigo fazer dançar no papel.
Tanto que me chega a arrepiar.

Absolutamente... SUBLIME!
Beijo Meu
Azul

Som do Silêncio disse...

Bruno,
Quero comentar, mas só penso assim:

mar
vento
sereias
rumo
céu
estrelas
cantos de gaivotas
serenidade

Sei que entendes :)

Beijo terno