segunda-feira, outubro 13, 2008

Será que vale a pena?

photo: unknown

Será que ir para longe resolve algo?
Será… que deixar tudo para trás alivia tudo aquilo que sinto?
Ou é apenas um acto de cobardia? Fugir das coisas… não sei!
Mesmo não sabendo onde o meu coração pára (porque o dei há algum tempo) a dor acompanha-me…
A solidão entre as gentes…
E cada vez mais o vazio é maior!
O silêncio sufoca, porque a minha cabeça não deixa de pensar e lembrar e o coração não deixa de sentir.
Quero parar de escrever, pois estas palavras são as lágrimas secas do meu olhar e, já me doem os olhos…

Será esta partida solução?
Ou um atenuar a dor em silêncio, no vazio dos seres, um reciclar da vida?
Terá o meu coração (que se encontra nas tuas mãos, talvez já deixado para trás), enfim paz? Um sossego…
Será que vale a pena?
Será esta a minha última palavra?
Se é, aqui deixo…

Eu nunca te esqueci!

Bruno Ribeiro
silêncio das palavras – o cair do pano

12 comentários:

Anónimo disse...

A minha opinião sobre aquilo que vivo é bastante clara e evidente. Simples. Aos meu olhos.
Quando nascemos temos um caminho a percorrer com todas aquelas fases extraordinárias que existem no crescimento de uma criança.
O primeiro toque com o mundo, o primeiro momento para atinar com o peito da mãe, as dores quando nascem os dentes, o sofrimento das cólicas... é tudo tão perfeito, tão bem feito!Ou seja, que tudo tem o seu momento.
Daí, quando entramos na adolescência até ao nosso último minuto estamos sempre a aprender, a rever, a escolher... temos de passar pelas ciscunstâncias porque as mesmas fazem parte da vida e do crescimento humano.
Talvez por isso, saibamos o que é sofrer desde bebés. Porque a VIDA foi e é feita assim.
O ser humano deve passar por experiências que o marquem para o seu próprio conhecimeno como pessoa. Mas deveria ser sempre assim?! ;))


Um beijo.



P.S. Volto já já...

ruth ministro disse...

Perfeita para acompanhar este teu bonito texto seria uma composição musical do Rui Veloso na qual ele canta " mas nunca me esqueci de ti, não nunca me esqueci de ti...".

ivone disse...

"Será esta a minha última palavra?"
mentiroso!

nunca terás uma última palavra. a última dá sempre desculpa à próxima. e assim sucessivamente.
de que te adianta fugir? fugir de quê? de ti? para onde fores tudo isso o irás transportar.

chega a um ponto que o esquecimento ou a lembrança te serão indiferentes. acredita. já passei por isso.


beijo

Brain disse...

No meu ponto de vista...
Não existem palavras finais.
Apenas pontos.
Mas até esses...

EXCELENTE Bruno!

Aquele Abraço,

Twlwyth disse...

Se for a última, que seja apenas para RECOMEÇAR muitas mais palavras.
Se entregaste o coração, ficaste ainda com as mãos (as tuas). Elas também sentem.

Beijos

Freyja disse...

Caro Bruno,


No imenso silêncio encontrarás apenas o silêncio amachucado pelas iras de não ser o som, o papel será fino e quase cristalino das lágrimas vertidas, até um dia... em que se rasga o papel.

Mas não te esqueças que o papel, essa tez que te enrola, nunca te largará, quer seja nas tuas partidas, quer seja nas fugidas. E enquanto não exorcizares esse demónio... nunca deixarás de escrever.
Haverá um dia em que cessa o expurgar das palavras porque tudo se esvaziou?!
Nem no silêncio se calam os dedos. Aliás, mesmo por causa do silêncio, eles não terminam a sua viagem no almejar da tranquila luz do dia.

Não te calarás... poderás é não publicar….

Não conseguirás fugir do que sentes nem das palavras que te traçam.

Desejo que a paz do mundo te inunde e ocupe o lugar do silêncio e da dor, na mais terna melodia de todas.

Beijo grande, enorme, no coração,

Moon_T disse...

Quando se questiona se será a ultima palavra não é nada que se deva levar de animo leve.
É apenas sinal que pode estra na altura de fechar os olhos e sentir o ar entrar pelas narinas e atravessar a garganta até que a batida do coraçao inunda o ambiente...
expirar
abrir os olhos e apenas seguir em frente


"it cant rain all the time..."

as velas ardem ate ao fim disse...

Fizeste me chorar...

Anónimo disse...

não se esquece quem se ama

Carol disse...

Nunca há uma última palavra... E quanto a essa vontade de ir para longe, sim, por vezes temos que nos distanciar para poder percepcionar as coisas com maior clareza.

Por entre o luar disse...

O amor fica sempre, fujamos ou não... por isso n devemos fugir mas sim aprender a adormecer a dor de amar assim!

Beijinho e sorrisO*

Zanah disse...

Caro Bruno, como te dizem no 1º comentário, as dores fazem parte da vida, do nosso crescimento enquanto pessoas e do conhecimento de nós próprios, dos nossos limites e das nossas forças.

Já quis morrer algumas vezes, já planeei a minha morte algumas vezes, mas estou aqui, talvez porque a vontade de viver, mesmo na dor, foi mais forte, sei lá...

Como dizia um autor cujo nome não recordo "Quem passou pela vida e não sofreu não foi homem, foi espectro de homem: passou pela vida e não viveu."

Há sempre, na vida, qualquer coisa que nos faz sorrir. Procura-a.

***