Saber o que sinto e ter de esconder, trancado a sete chaves prestes a explodir, mas não posso revelar. Mostrar-me forte quando por dentro é um aperto… parece uma corda à volta da garganta, um colete-de-forças a sufocar o corpo, tão grande que é este sentimento!
Já passou por tempestades, cataclismos, ventos fortes, chuvas tropicais mas foi e é sempre constante e infinito como o céu, tão presente… tão activo… e quando me desorientava descobria sempre o caminho de regresso como as estrelas que à noite orientam os marinheiros!
Junto dos outros tento sorrir, quando por dentro tudo desaba… e quando me vejo apenas na companhia da solidão e da minha sombra, dos olhos jorram lágrimas que parecem pedaços de vidro a brotar dos meus olhos, rasgando a carne enquanto deslizam pelo meu rosto.
Tento parecer que estou bem, quando na verdade não estou e tento não pensar no que o coração sente para não me magoar mais ainda.
Como o mar pode dar vida e tirar… como pode abrir o livro da felicidade para depois o fechar…
Tento refugiar-me assim na escrita de versos, mas a onda da poesia não vem, pois as palavras são efémeras para o que tento guardar dentro de mim, bem escondido como um tesouro de piratas, só espero que os meus olhos não me traiam.
Bruno Ribeiro
Lx. 25.Out.06
DEIXA QUE TE AME SEM PALAVRAS
Há 1 ano
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