photo: caderno antigo_sem nome
Sem medidas, os pensamentos intersectam-se vagamente entre os sentires que se embalam nas noites em branco e as folhas de papel que rasgam o semblante da noite.
Inconsciente, ou, talvez, nem por isso, o silêncio é também cortado com o suspirar da caneta pousada na mesinha de cabeceira, deitada ao lado do caderno preto que espera pacientemente que num ou noutro momento o abram.
Sem palavras, ou qualquer vontade de as [des]escrever, nega-se à vontade de transcrever o que se sente ou o que se pensa e tenta-se assim evitar o inevitável - jorrar palavras.
Assim, é a paciência inesgotável do livro e a vontade de não lhe olhar que se encontram noite após noite e no dia entre dias.
Mas cá volto, para agradecer a todos os que gostam de ler o que escrevo, as visitas que continuam a fazer dia após dia, apesar de o tempo entre os textos ter aumentado.
Foi difícil parar de escrever, como foi difícil aguentar não o fazer, mas foi uma vontade que tive de superar, para me ajudar a encontrar, em busca do caminho que parecia perdido, era necessário perceber que quando uma porta se fecha, se podem abrir muitas mais, e por vezes janelas enormes e não nos podemos negar de espreitar lá para fora.
Parar de escrever era necessário para que palavras mais brandas e olhares mais ternos se pudessem aconchegar nesta Tertúlia.
Um dia, sem dúvida, o tempo entre os textos apresentados diminuirá novamente, e os sentires dos mesmos serão mais amenos e quentes, até lá, cumprimentos a todos.
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Obrigado, até breve.
Bruno Ribeiro
Pms, 17. Junho. 010
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