segunda-feira, março 30, 2009

sombras e segredos no obscuro invisível

photo: (à espera da...maré...) re-edição_fernando figueiredo

estou preso nos verbos conjugados do passado. barras de uma prisão invisível e dolorosa que me abraçam e despedaçam a cada segundo.
fujo, ignoro, viro as costas… e enfrento!
mas sempre se levanta ainda mais forte… e as forças já não me restam…
vacilo, entre passos, deambulando… não me entrego, mas só a alma me resta… do que resta…

bruno ribeiro
pms. 7.março.009

domingo, março 22, 2009

deixo-te e vivo-me!

photo: a verdade não liberta_mariah

sobre a folha de papel vazia
pouso a caneta de tantos escritos
já seca,
apago o candeeiro
já rouco,
saio, fecho a porta
e parto…

bruno ribeiro
lx. 17.fevereiro.009

segunda-feira, março 16, 2009

para ti, sorriso de mim

photo: anoitece ou amanhece, tanto faz_mariah

para ti,
escondido entre segredos
uma flor pintada de cores
e perfumada de beijos.

para ti,
pousado na sacola
um sorriso e um beijo
perfumado de mim!

bruno ribeiro
lx. 2.março.009

quinta-feira, março 12, 2009

saboreando uma rua!

photo: raw like sushi_avalon


sou eu e apenas eu.
esse sujeito que à chuva
anda de guarda-chuva fechado
ou mesmo sem ele!
que se esconde das poças de água
vítimas de atropelo.

é apenas um sujeito
que escreve numa frágil folha de papel
memórias soltas,
mesmo à chuva,
que importa?
desde que as folhas continuem vivas…

como as palavras audíveis
que se esfregam pelas ruas cheias
de almas sociáveis,
e de segredos mantidos entre cusquices
cai uma laranja que rebola
nas pedras molhadas, sem parar…
como o tempo…

náufrago das vidas inquietadas
por amores e desamores
e novelas de enganos
e partilha de traições
cantigas de maldizer
resquícios das palavras (ab)usadas!

mas lá vai esse sujeito
que mesmo entre o coxear das cadeiras
se senta na borda de uma rua
pintada de esplanada
e saboreia o seu café!
entre os murmúrios das mesas
e o chilrear dos passos desconhecidos!
sim, esse sujeito que sou eu!

bruno ribeiro
lx.11.fevereiro.009

domingo, março 08, 2009

desabafos numa carruagem

photo: unknown

o tempo prescreve-se
sentado na carruagem aberta de um comboio
saboreando o ar que me respira
a brisa que me vive
e o sol que me beija…
ouço guitarras a tocar
melancólicas e roucas,
pintadas de sorrisos… de vida!
bate longe o mar contra as rochas
num apetite voraz de me segredar
respirar… e viver… cada momento!
não importa quantas paragens atravessei
pouco importa o passado…
aprecio o momento…
aquele em que saboreio as frutas nuas
das árvores que respiram ar… soltas…
presas pelo tempo…

Bruno Ribeiro
2.Fev.2009
à procura de mim!