terça-feira, agosto 21, 2007

Solidão – um silêncio sem rosto




‘Vou embalar o corpo entre os lençóis
No vazio da minha cama...
No frio da solidão...
Que me abraça noite após noite
Num silêncio sem rosto
Um teatro sem actores
Uma tela sem cores...

Sentir a pele da almofada
O respirar manso junto ao meu rosto
O sussurro...
Faço uma pequena viagem pelas memórias
Pelas recordações doces e amargas...
E deixo-me embalar pelos sonhos
Adormecendo agarrado à almofada
Por vezes sorrindo lágrimas...

Quando acordo,
A mesma almofada beija-me o rosto
A mesma solidão abraça-me
O mesmo silêncio, o mesmo vazio...
Olho para um espelho
E vejo o retrato de um rosto pincelado a negro
Riscado a carvão
E despenteado embalo para um novo dia!

Bruno Ribeiro
Lx,23.Fev.007